CCPX22: Cosplayers notam evolução na relação com publico

Os corredores de convenções não seriam nada sem a presença marcante dos cosplayers, que fazem um show de criatividade e alegria para os visitantes do evento. Mas, infelizmente, o universo de quem se fantasia é marcado por episódios de assédio e abuso. Por sorte, a CCXP22 tem se tornado refúgio e segurança para os cosplayers, e isso vem dos próprios cosplayers que passearam no evento, que admitem uma evolução no tratamento do público.

Confira alguns comentários sobre a evolução que a CCXP vem tendo com relação ao tratamento com os cosplayers, eles que são responsáveis por embelezar o evento todos os anos.

A cosplay a Laura Lima, que está participando pela primeira vez na CCXP, decidiu vim de Raze, personagem do game Valorant. Em entrevista ao portal omelete, ela falou que gosta bastante e se sente à vontade para passear com a fantasia, mas relata que houve situações que a incomodará: "Uma coisa que é bem desconfortável é quando [alguém] pega nas partes do corpo sem permissão ou chama para conversar quando está comendo. Não que seja abusivo, mas é meio chato."

Já Thamyres Azevedo, cosplayer profissional, destaca que nem todo assédio é em forma física. "O abuso muitas vezes não é só físico, ele pode ser moral também, então o simples fato de alguém comentar sobre o seu corpo, seja para falar bem elogiando muito enfaticamente ou para fazer um comentário negativo, já é um assédio físico, sexual, psicológico.", diz.

Para a comunidade de Pessoas com Deficiência (PCD), muitos dos momentos ruins se misturam com capacitismo. "Varia de pessoa para pessoa, a maioria respeita”, diz Paulo Henrique da Silva, cadeirante e cosplayer há mais de 20 anos. “Mas alguns olham estranho que você tá no carrinho ou percebem que você tem uma necessidade".

Contudo, os cosplayers reconhecem que o cenário vem mudando, e a CCXP consegue ser um espaço acolhedor para quem quer apresentar o melhor da cultura pop. "A CCXP permite uma boa acessibilidade e segurança para a gente andar e se divertir", nota Paulo.

Pedro Galvão, que possui deficiência intelectual leve, conta que, desde que participou da CCXP de 2018, curte fazer cosplay no evento: “Eu me sinto confortável e acolhido na CCXP”.

"Por ser um evento de cultura geral, as pessoas ainda estão aprendendo o que é o cosplayer, que não é um boneco, é uma pessoa de verdade debaixo daquela roupa”, comenta Thamyres. “Eu sinto que vem evoluindo muito pela própria cultura que o evento passa, de respeitar o cosplayer e qualquer outra pessoa, seja quem está trabalhando, quem está passeando, porque a CCXP é para todo mundo."

Omelete

Redação

Redação geral do mundo dos otakus.

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